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Você é causa, não consequência, aceite a culpa

Olá, Invocador, eu sou o Heye e hoje nós vamos falar sobre culpa. Sim, um tema estranho, mas muito relevante quando o assunto é LoL e, principalmente, subir de elo!

Recentemente eu fiz uma publicação sobre como sair de uma losing streak e, na publicação, a primeira dica era aceitar a culpa. Então, eu recebi alguns comentários como esse:

Comentário sobre feeder

Sendo assim, resolvi vir aqui falar um pouco sobre o assunto e contar uma história bem interessante. Portanto, se você acredita que as suas derrotas são causadas por algo externo a você, como o seu time, este texto é especialmente para você.

A Culpa de Um Jogador

Ao trabalhar com times, sempre usei uma filosofia. Seja na vitória ou na derrota, todos tiveram a sua participação. Não existe jogo limpo, todos acertam e todos erram, porque sempre dá para fazer melhor. E isso é muito importante, já que dentro de um time, um precisa cobrir e confiar no outro. Então, sempre ao fim de uma partida, todos assumem juntos a culpa e a inocência por seus erros e acertos.

A soloq, no entanto, precisa de um pensamento diferente. Quando falamos de jogo solo, estamos falando de treino pessoal. Lá, é uma questão de você aprimorar as suas habilidades e entender que, em teoria, o jogo é equilibrado. Como um cabo de guerra, alguns fazem mais e outros fazem menos força, mas no fim ninguém sai do lugar.

>>> Veja: Você Sabia que é um Erro Focar na Vitória?

O grande ponto é: todos vão estar tentando fazer de tudo para desequilibrar esse cabo de guerra. E é aqui que você entra. O seu grande objetivo é desbalancear para o seu lado. Ou seja, puxar com mais força do que os seus adversários, tanto ajudando seus aliados, quanto ficando muito mais forte que os inimigos.

Uma História Verídica

Há um bom tempo, eu trabalhei em um time de jogadores em que o elo médio era Diamante 5. Foi um dos meus primeiros trabalhos como coach e por isso eu estava bastante animado. Então, logo nos primeiros dias, reuni os jogadores e conversei sobre vários conceitos e filosofias que nós iríamos adotar. Quando ficou tudo acertado, começamos a treinar de segunda a sexta.

A maior parte dos jogadores mostrou evolução logo nas primeiras semanas. Eles estavam crescendo como players em suas posições e mostrando um bom avanço, mas, como de costume, nem tudo é perfeito. Um dos meninos, que era o suporte (vamos chamar de João, neste caso), não me ouvia por nada e não conseguia sair do D5. Sempre que nós conversávamos era uma longa discussão, porque ele não aceitava que podia subir de elo jogando na própria posição.

O João costumava dizer que… suporte não carrega. E assim foi por muito tempo. No começo ele chegava a jogar 10 partidas por dia, subindo e descendo, mas depois de algumas semanas esse número foi diminuindo para umas 2 ou 3, então voltava para 0 pontos e parava de jogar. Alguns dias depois jogava mais 1 ou 2 e parava de novo. Ou seja, enquanto os outros jogadores continuaram fazendo 10 partidas por dia, ele fazia 5 por semana e colocava a culpa das derrotas no fato de alguém do time ter feedado.

Olleh, ex suporte da Pain Gaming, Top 1 do NA

Isso durou até o ponto que todos os outros jogadores do time chegaram ao mestre e o João continuava no D5. Foi nesse dia que eu tive que chegar até ele e falar, dessa vez sem discussão, o que estava acontecendo. Foi um longo monólogo, falei tudo que ele tinha que ouvir e ele ouviu sem dizer uma palavra. E, de tudo que eu disse, as três coisas mais importantes foram:

1º – Você está jogando mal.

2º – Aceita que isso é culpa sua, joga e melhora.

3º – Ou eu vou ter que te cortar do time.

A única coisa que ele disse depois disso foi “tudo bem, desculpa, vou fazer o meu melhor.”.

E foi doloroso para mim fazer aquilo. Nenhum coach gosta desse tipo de coisa, ter que chegar e falar assim. Mas era necessário e fez toda a diferença, porque eu disse isso em uma terça-feira. Quando chegou na quinta-feira da semana seguinte ele já estava Diamante 3. E, em menos de 1 mês, pegou mestre e se juntou aos outros jogadores.

Claro, o João teve todo o suporte necessário para isso, mas a mudança de postura foi essencial. Ele já jogava bem em time porque confiava nos colegas de equipe, só que em soloQ ele não acreditava no time e não aceitava que ele deveria ser o ponto que iria desbalancear o jogo. Quando ele entendeu que tinha culpa nas derrotas e começou a olhar para os próprios erros, subiu muito rápido.

O Mundo Maravilhoso da SoloQ

Agora é a hora que eu faço uma média para não ser xingado exageradamente. Eu sei que alguns jogos parecem impossíveis, seja por gente trollar, quitar, dar rage, etc. A soloQ é uma selva. Você não vai conseguir vencer todos, é fato, mas mesmo nas derrotas mais absurdas, onde a vitória parecia impossível, havia algo para ser feito.

Às vezes fazer tudo certo não é suficiente. Às vezes você vai ser punido por um único erro e isso vai custar a partida. Às vezes você vai carregar seu time por 50mins e alguém vai fazer uma cagada que vai custar o jogo. Mas seja como for, a soloQ é para aprimoramento individual. É você olhar para o seu jogo independente do resultado e entender qual a sua parte de culpa naquela derrota.

Sim, às vezes não basta ser bom, porque você tinha que ser a fusão do Faker com o Uzi. Mas, apesar de não existir esse jogador, afinal não temos os brincos potara, todos devem tentar chegar a esse nível de jogo, porque para ser bom em LoL, você deve jogar sempre para se aproximar da sua perfeição. Ou seja, ser o melhor de você mesmo, sempre um passo de cada vez.

Conclusão

É, eu sei que essa é uma grande mudança de mentalidade, mas eu gostaria muito que você tentasse pensar um pouco assim. De todos os jogadores que já treinei em aulas particulares, pelo menos metade não conseguia subir de elo por pensar assim. E, quando subia, travava logo a frente. Então, repense sua forma de encarar suas derrotas, isso pode estar te prendendo.

 

No mais, eu espero que tenha gostado do texto e, se gostou, deixa um comentário, diz aí o que você achou!

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Heye
Hey, meu nome é Guilherme Thompson, mas sou conhecido como Heye no cenário. No meu dia-à-dia trabalho diretamente com jogadores de elos entre o Mestre e Challenger e, depois de vários anos como coach, criei o Escola de Invocadores para compartilhar um pouco desse conhecimento que parece tão inacessível. Afinal, só vamos melhorar o cenário quando todos se ajudarem e tiverem acesso a um conteúdo de qualidade. Espero que tenha curtido o post!

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